O uso inesperado de CGI em The Last of Us

A revelação de que Kaitlyn Dever interpretaria Abby na 2ª temporada de The Last of Us gerou especulações sobre o possível uso de CGI para alterar seu físico e se aproximar da personagem musculosa dos jogos. Mas a verdade por trás dos efeitos visuais é bem diferente do que muitos imaginavam.

Dever, conhecida por papéis em Booksmart e Unbelievable, enfrentou um desafio peculiar durante as filmagens. Ao contrário do que se especulava, o CGI não foi usado para "aumentar" seus músculos, mas sim para resolver um problema bem mais prosaico.

O verdadeiro motivo por trás dos efeitos especiais

Em entrevista recente, a atriz revelou que o uso de computação gráfica foi necessário por um motivo que poucos esperariam: um simples suco de laranja. Durante uma cena crucial, Dever precisava beber o líquido, mas tinha uma alergia desconhecida aos componentes da bebida usada no set.

  • A produção tentou substituir por outros líquidos, mas nenhum tinha a aparência adequada

  • O CGI foi usado para digitalmente "transformar" água em suco na cena final

  • O incidente ocorreu durante filmagens de uma sequência emocionalmente intensa

Curiosamente, essa não foi a primeira vez que alimentos causaram problemas em The Last of Us. Na primeira temporada, Pedro Pascal (Joel) revelou ter comido tantas latinhas de pêssego durante as filmagens que desenvolveu uma aversão temporária à fruta.

Os desafios inusitados das produções de TV

O caso do suco de laranja em The Last of Us revela como até os menores detalhes podem se tornar grandes obstáculos em produções de alto orçamento. E não é a primeira vez que alergias alimentares atrapalham gravações - em Game of Thrones, por exemplo, a atriz Maisie Williams (Arya Stark) precisou evitar certos alimentos durante as cenas de banquete devido a suas restrições alimentares.

Mas por que não simplesmente usar suco de laranja real em outra cena? A explicação está na continuidade visual. A cena em questão fazia parte de uma sequência gravada em vários ângulos e tomadas diferentes, onde a cor e consistência do líquido precisavam ser idênticas em todas as filmagens. Substituir por outro líquido em algumas tomadas quebraria a ilusão para o público atento.

O meticuloso processo de pós-produção

O supervisor de efeitos visuais da série, Alex Wang, explicou em entrevista ao The Hollywood Reporter que o processo foi mais complexo do que parece:

  • Primeiro, a equipe capturou imagens de referência do suco real sob diferentes iluminações

  • Depois, criaram um modelo 3D do copo e líquido para garantir que a refração da luz fosse realista

  • Os artistas digitais precisaram ajustar frame por frame para sincronizar o movimento do líquido com os lábios da atriz

O resultado foi tão convincente que até membros da equipe tiveram dificuldade em identificar quais tomadas usavam o CGI. "É irônico", brincou Wang, "gastamos mais tempo no copo de suco do que em alguns dos infectados".

Esse nível de atenção aos detalhes não é incomum em produções da HBO. Em Succession, por exemplo, cada garrafa de água mineral tinha seu rótulo meticulosamente posicionado para refletir o status social dos personagens em cena. Será que os espectadores mais atentos notarão o suco digital quando a segunda temporada estrear?

Com informações do: IGN Brasil