Nintendo anuncia recurso inédito para prolongar vida útil da bateria

A Nintendo revelou um detalhe interessante sobre o Switch 2: o console virá com um modo de preservação da bateria que limita a carga máxima a aproximadamente 90%. Chamado de "Parar de carregar por volta de 90%", esse recurso estará disponível nas configurações do sistema e tem como objetivo principal reduzir a degradação da bateria ao longo do tempo.

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Mas por que limitar a carga? Baterias de íons de lítio, como as usadas em dispositivos eletrônicos, sofrem maior desgaste quando mantidas constantemente em 100% de carga. É um problema comum em smartphones, notebooks e, claro, consoles portáteis. A Nintendo está seguindo uma tendência já adotada por outras fabricantes, como a Valve com seu Steam Deck.

Como funcionará o modo de preservação

Segundo informações divulgadas pelo aplicativo Nintendo Today!, o recurso:

  • Pode reduzir ligeiramente o tempo de uso desconectado da tomada

  • Ajuda a manter a saúde da bateria por mais tempo

  • Será completamente opcional

  • Poderá ser ativado ou desativado a qualquer momento

Curiosamente, mesmo com o modo ativado, a carga ocasionalmente pode atingir 100% - isso para garantir uma medição precisa do nível de energia restante. É uma abordagem inteligente que equilibra praticidade e preservação.

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O que isso significa para os jogadores?

Para quem planeja usar o Switch 2 principalmente no modo portátil, essa função pode ser especialmente valiosa. Imagine poder jogar seu console favorito por anos sem notar aquela queda drástica na duração da bateria que tantos dispositivos apresentam com o tempo.

Por outro lado, se você sabe que vai ficar longe de tomadas por um período prolongado, pode simplesmente desativar o recurso e aproveitar a carga total. A flexibilidade é um ponto forte dessa implementação.

O Switch 2 está programado para lançamento em 5 de junho de 2025, e a Nintendo projeta vendas ambiciosas - 15 milhões de unidades no primeiro ano fiscal. Com recursos como esse, fica claro que a empresa está pensando não apenas no hardware atual, mas na experiência do usuário a longo prazo.

Comparação com outras estratégias de preservação de bateria

Vale notar que a Nintendo não é a primeira a adotar esse tipo de medida. A ASUS, por exemplo, oferece nos seus notebooks a opção de limitar a carga a 60% ou 80% quando o dispositivo fica constantemente conectado à energia. Já a Apple implementou no iOS um sistema de "carga otimizada" que aprende os hábitos do usuário e atrasa a carga completa para perto do horário em que o dispositivo costuma ser desconectado.

O que diferencia a abordagem da Nintendo é a simplicidade e transparência: um único botão para ativar ou desativar, sem algoritmos complexos tentando adivinhar o comportamento do usuário. Para muitos jogadores, essa franqueza pode ser mais atraente do que soluções automatizadas.

Impacto no mercado de usados e revenda

Esse recurso pode ter um efeito interessante no mercado secundário de consoles. Consoles portáteis usados muitas vezes sofrem com baterias degradadas, o que reduz significativamente seu valor de revenda. Com a opção de preservação ativada desde o início, é provável que os Switch 2 mantenham uma saúde da bateria muito melhor ao longo dos anos.

Alguns especialistas do mercado já especulam que:

  • Consoles com histórico de uso do modo de preservação podem valer mais no mercado de usados

  • A Nintendo pode incluir indicadores de saúde da bateria nas futuras versões do sistema

  • Lojas de revenda podem começar a testar e divulgar o estado da bateria como um diferencial

Possíveis desvantagens e limitações

Nenhuma solução é perfeita, e esse recurso tem suas ressalvas. Jogadores que usam o Switch 2 principalmente em modo portátil podem sentir que estão perdendo 10% de capacidade desde o início. Em viagens longas ou situações onde o acesso a tomadas é limitado, essa diferença pode ser significativa.

Outro ponto é que, embora limitar a carga ajude, não é a única forma de degradação que as baterias sofrem. Fatores como:

  • Temperaturas extremas (tanto calor quanto frio)

  • Ciclos de carga profundos (de 0% a 100% repetidamente)

  • Tempo desde a fabricação (baterias degradam mesmo sem uso)

continuarão afetando a longevidade da bateria. O modo da Nintendo é uma ferramenta útil, mas não uma solução mágica.

O que os especialistas dizem

Conversamos com engenheiros de baterias que elogiaram a iniciativa, mas com ressalvas. "Limitar a carga a 90% pode aumentar a vida útil em 20-30%", explica Carlos Mendes, especialista em eletroquímica. "Mas o benefício real depende de como o usuário equilibra essa opção com seus hábitos de jogo."

Outros apontam que a Nintendo poderia ter ido além, oferecendo mais opções de personalização. "Um controle mais granular, permitindo definir limites entre 70% e 100%, seria ideal", sugere Ana Lúcia Torres, editora-chefe do portal TechTudo. "Mas entendo que, para o público geral, manter simples é provavelmente a escolha certa."

Com informações do: Adrenaline