A Amazon Games acaba de revelar seu mais ambicioso projeto no universo dos jogos competitivos: March of Giants, um MOBA de guerra gratuito para PC que promete revolucionar o gênero. O primeiro teste de alpha fechado está marcado para acontecer entre 2 e 10 de setembro de 2025, e jogadores dos Estados Unidos, Canadá e México já podem se inscrever através da página oficial do jogo no Steam.
Um estúdio de veteranos por trás da inovação
O que torna March of Giants particularmente interessante é a equipe por trás do projeto. Desenvolvido pela Amazon Games Montreal, o jogo representa a estreia do estúdio canadense no mercado. E não se trata de qualquer equipe - a liderança cabe a Xavier Marquis, criador do aclamado Rainbow Six Siege, que trouxe consigo parte do time original responsável pelo sucesso da franquia da Ubisoft.
Marquis compartilhou sua visão entusiasmada sobre o projeto: "Queríamos criar uma experiência que combinasse a intensidade de um MOBA tradicional com a possibilidade de comandar exércitos inteiros e construir estruturas em tempo real. Esse projeto tem sido desenvolvido com muita dedicação, e agora chegou a hora de ouvir a comunidade para evoluir ainda mais".
Quando MOBA encontra estratégia militar
March of Giants apresenta uma proposta que me parece genuinamente inovadora. Em vez de seguir a fórmula tradicional dos MOBAs, o jogo mergulha em um cenário urbano devastado, inspirado em uma tecnologia alternativa do início do século 20. Os jogadores assumem o papel de Gigantes - comandantes colossais envolvidos em um conflito que já dura cem anos.
Aqui está onde as coisas ficam interessantes: além de controlar seu personagem principal, cada jogador pode liderar milhares de soldados simultaneamente. Imagine coordenar tropas enquanto posiciona estruturas táticas chamadas Battleworks durante intensas partidas 4v4. É como se Age of Empires encontrasse League of Legends em um campo de batalha pós-apocalíptico.
O que esperar do alpha fechado
O teste inicial será bastante restrito - apenas para PC na América do Norte e com suporte exclusivo em inglês. O foco principal, segundo a Amazon, é coletar feedback da comunidade e testar a estabilidade técnica antes de expandir para outras regiões.
Durante o alpha, os sortudos selecionados terão acesso a um elenco de 15 Gigantes, cada um com habilidades únicas que exigem leitura tática e trabalho em equipe. Dez personagens estarão disponíveis imediatamente, enquanto os outros cinco serão desbloqueados progressivamente.
Christoph Hartmann, vice-presidente da Amazon Games, destacou a importância desta fase: "A equipe de Montreal tem uma visão clara para March of Giants. O talento e a experiência deles em criar jogos competitivos já se refletem no que está sendo apresentado. Esta fase de testes será decisiva para entendermos como os jogadores recebem essas ideias".
O futuro além do alpha
A Amazon já confirmou que novas rodadas de testes estão planejadas, incluindo expansão para mais idiomas e regiões. Para quem está ansioso para acompanhar o desenvolvimento, a empresa recomenda se inscrever no site oficial e participar da comunidade no Discord.
Enquanto isso, a indústria observa com interesse a investida da Amazon no competitivo. Com a experiência da equipe por trás de Rainbow Six Siege e os recursos da gigante de tecnologia, March of Giants tem potencial para sacudir o mercado de MOBAs.
Detalhes técnicos e requisitos do sistema
Para quem está se preparando para o teste alpha, é importante entender o que será necessário em termos de hardware. A Amazon Games ainda não divulgou requisitos oficiais, mas baseado no que vimos nas imagens e no escopo do jogo, posso especular que precisaremos de máquinas com capacidade para processar centenas de unidades simultaneamente sem travamentos.
O motor gráfico parece ser uma versão bastante modificada do Amazon Lumberyard, agora conhecido como Open 3D Engine. As texturas dos Gigantes e dos soldados mostram um nível de detalhe impressionante - especialmente considerando que estamos falando de um alpha fechado. Me pergunto como eles otimizarão o jogo para diferentes configurações de PC.
O design dos Gigantes e suas habilidades únicas
Os três Gigantes revelados até agora - Kragg, Pollu e um terceiro não nomeado - sugerem uma diversidade interessante de estilos de jogo. Kragg parece ser um tanque pesado, capaz de absorver dano enquanto comanda tropas de assalto. Pollu, por outro lado, me lembra um personagem de suporte ou controle, com habilidades que podem alterar o campo de batalha de forma estratégica.
O que mais me intriga é como as habilidades dos Gigantes interagem com as tropas sob seu comando. Em MOBAs tradicionais, você controla apenas um personagem. Aqui, parece que cada habilidade pode afetar centenas de soldados simultaneamente. Imagino que equilibrar isso será um dos maiores desafios da equipe de desenvolvimento.
Xavier Marquis mencionou em entrevistas anteriores que a inspiração veio de jogos de estratégia em tempo real clássicos, mas com a agilidade de um MOBA. Essa combinação pode ser revolucionária se bem executada, ou pode cair no vale entre dois gêneros. A fase de testes será crucial para encontrar esse equilíbrio.
O sistema de Battleworks e construção em tempo real
Um aspecto que particularmente me chamou atenção foi o sistema Battleworks - estruturas táticas que os jogadores podem construir durante as partidas. Isso adiciona uma camada completamente nova de estratégia. Em vez de apenas seguir rotas predeterminadas como em outros MOBAs, aqui os jogadores podem literalmente moldar o campo de batalha conforme a partida progride.
Pense nas possibilidades: construir barricadas para proteger suas tropas, criar torres de defesa em pontos estratégicos, ou até mesmo estabelecer rotas alternativas para flanquear o inimigo. Isso me lembra um pouco do que vemos em Fortnite, mas com uma aplicação muito mais tática e menos focada em construção rápida.
O timing para construir essas estruturas será crucial. Em partidas competitivas, imagino que equipes precisarão coordenar não apenas seus ataques, mas também quem ficará responsável por construir defesas enquanto outros avançam. É uma camada adicional de complexidade que pode diferenciar jogadores casuais dos verdadeiramente estratégicos.
O cenário competitivo e potencial para eSports
Dado o histórico da equipe com Rainbow Six Siege - um titulo que se tornou um dos pilares do cenário competitivo de FPS - é natural questionar se March of Giants foi concebido com eSports em mente. A Amazon certamente tem os recursos para investir em uma liga competitiva, mas será que o jogo tem o DNA certo?
MOBAs tradicionais como League of Legends e DOTA 2 dominam o cenário competitivo há anos. March of Giants precisaria oferecer algo verdadeiramente único para conquistar espaço nesse mercado já saturado. A combinação de elementos de RTS com MOBA pode ser justamente o diferencial necessário.
Observando as partidas 4v4, me pergunto como funcionará o espectador mode para transmissões. Será possível acompanhar a ação de oito jogadores controlando milhares de unidades sem que vire uma bagunça visual? A equipe de Montreal certamente está considerando isso, dada sua experiência com Siege.
O modelo de negócio e monetização
Amazon Games tem experimentado diferentes modelos com seus jogos anteriores. New World seguiu o modelo buy-to-play, enquanto Lost Ark é free-to-play com microtransações. Para March of Giants, a escolha do free-to-play desde o início me parece acertada, considerando a natureza competitiva do gênero.
Mas quais serão as opções de monetização? Skins para os Gigantes? Visual customizado para as tropas? Talvez até personalização das estruturas Battleworks? O desafio será balancear a monetização sem criar pay-to-win scenarios que arruínem a experiência competitiva.
Considerando a crítica frequente que MOBAs recebem por seus sistemas de monetização agressivos, espero que a Amazon encontre um meio-termo que agrade tanto aos jogadores casuais quanto ao público competitivo. Afinal, ninguém quer ver um jogo promissor arruinado por decisões comerciais questionáveis.
Comparações inevitáveis e inovações genuínas
É impossível não comparar March of Giants com outros jogos do gênero. A influência de League of Legends é evidente no sistema de personagens com habilidades únicas, enquanto a escala das batalhas lembra Total War. Mas será que essa mistura funcionará na prática?
O que me impressiona é a coragem de tentar algo verdadeiramente diferente em um gênero que muitas vezes se contenta com iterar sobre fórmulas estabelecidas. A equipe de Montreal parece entender que para competir com gigantes estabelecidos, é necessário oferecer uma experiência única - não apenas mais um clone com pequenas variações.
O sucesso ou fracasso de March of Giants pode influenciar toda a indústria. Se der certo, podemos ver uma nova onda de jogos que misturam gêneros de forma ousada. Se falhar, pode reforçar a aversão ao risco que muitas publishers demonstram atualmente.
Com informações do: Adrenaline
