A Lenovo acaba de oficializar o tão aguardado Legion Go 2, sucessor direto de seu primeiro portátil para jogos com Windows. E posso dizer que as especificações são impressionantes - estamos falando de um dispositivo que parece levar a experiência de gaming portátil para outro patamar completamente.
Potência de sobra com Ryzen Z2 Extreme
O coração do Legion Go 2 bate com processadores AMD Ryzen Z2 e Z2 Extreme, ambos com 8 núcleos e 16 threads. Mas aqui está onde fica interessante: enquanto o Z2 usa arquitetura Zen 4 com gráficos RDNA 3, o Z2 Extreme avança para Zen 5 com GPU RDNA 3.5 e 16 unidades de computação.
Isso representa um salto significativo em relação ao modelo anterior que usava o Ryzen Z1 Extreme. Na prática, significa que jogos mais exigentes poderão rodar com melhor fluidez e qualidade visual. A memória também dobrou - agora suporta até 32 GB de LPDDR5X-8000, contra os 16 GB da geração passada.
E o armazenamento? Vem com SSD PCIe de 1 TB, com possibilidade de expansão via microSD de até 2 TB. Para quem joga vários títulos ao mesmo tempo, isso é praticamente essencial nos dias de hoje.
Tela OLED e design redesenhado
Um dos upgrades mais significativos está na tela. A Lenovo abandonou o painel IPS do modelo anterior e adotou uma tela OLED de 8,8 polegadas com resolução 1200p, brilho de 500 nits e taxa de atualização de 144 Hz.
Para quem já experimentou jogar em OLED, sabe que a diferença no contraste e nas cores é night and day. E com tempo de resposta reduzido, games de ação ganham uma responsividade que faz toda a diferença.
O design também foi repensado. A ergonomia foi aprimorada, ganhou chaves traseiras adicionais, kickstand reforçado e até leitor de digitais na parte posterior. Mantém a proposta de console híbrido - funciona como portátil, mini PC ou dispositivo de mesa quando acoplado ao dock.
Autonomia e resfriamento melhorados
Aqui está uma mudança que muitos usuários do modelo original vão apreciar: a bateria cresceu de 49,2 Whr para 74 Whr. Considerando o consumo maior da tela OLED e do processador Z2 Extreme, esse aumento era praticamente obrigatório.
O sistema de resfriamento também recebeu atenção especial. Agora conta com ventoinha maior e duas saídas de ar - na parte inferior e traseira. E o melhor: pode ser configurado manualmente pelo usuário. Para sessões maratonas de gaming, isso pode ser decisivo para manter o desempenho estável.
Conectividade de última geração
O Legion Go 2 não economizou nas conexões. Inclui duas portas USB4 com suporte a DisplayPort 2.0 e Power Delivery 3.0, entrada para fone de ouvido de 3,5 mm e leitor de cartões microSD.
Mas o que realmente chama atenção é o suporte a Wi-Fi 7 e Bluetooth 5.4 - tecnologias que ainda são raras mesmo em dispositivos premium. Para streaming de games ou transferência de arquivos, essa modernização nas conexões sem fio é mais que bem-vinda.
Quando olhamos para a evolução em relação aos modelos anteriores, fica claro que a Lenovo ouviu o feedback dos usuários. O salto em memória, a mudança para tela OLED, a bateria maior e o resfriamento aprimorado abordam diretamente as principais críticas ao Legion Go original.
Resta saber como o mercado vai receber o novo portátil, especialmente considerando a concorrência acirrada com Steam Deck, ROG Ally e outros dispositivos similares. O preço esperado gira em torno de US$ 700 a US$ 800, mantendo-se na mesma faixa do modelo anterior.
O que esperar do desempenho real nos jogos
Com essas especificações no papel, a pergunta que fica é: como o Legion Go 2 vai se comportar na prática? Baseado no que sabemos sobre a arquitetura Zen 5 e RDNA 3.5, podemos esperar ganhos significativos em eficiência energética e performance por watt.
Jogos como Cyberpunk 2077 ou Baldur's Gate 3, que costumam desafiar até desktops intermediários, devem rodar com configurações médias a altas sem grandes sustos. A combinação de 32 GB de RAM com a GPU mais potente significa que titles mais pesados terão folga para carregar texturas de alta qualidade sem engasgos.
E aqui está um detalhe interessante: o modo FPS, que transforma o controle direito em um mouse óptico, foi mantido e aprimorado. Para jogos de tiro em primeira pessoa, essa feature continua sendo um diferencial único no mercado de portáteis.
Software e experiência do usuário
Um dos pontos onde o Legion Go original recebeu críticas foi no software. A interface Legion Space, embora funcional, não era tão polida quanto a do Steam Deck ou até mesmo do ROG Ally. A boa notícia é que a Lenovo prometeu grandes melhorias na versão 2.0.
Estamos falando de uma overhaul completo na interface, com melhor integração com lojas como Steam, Epic Games e Xbox Game Pass. A navegação deve ser mais fluida, as customizações de performance mais acessíveis e a gestão de biblioteca mais intuitiva.
E tem mais: suporte nativo a emulação parece ser uma prioridade desta vez. Com o poder de processamento do Z2 Extreme, emular consoles como PlayStation 3 ou Nintendo Switch deve ser uma experiência muito mais estável e com menos tweaking necessário.
Como ele se posiciona contra a concorrência
Quando colocamos o Legion Go 2 lado a lado com o ROG Ally X e o Steam Deck OLED, fica claro que cada um tem sua proposta distinta. O da Asus foca em bateria expansível e compatibilidade com eGPUs, enquanto o Steam Deck prioriza integração com o ecossistema Steam e preço acessível.
O Legion Go 2 parece apostar no "melhor de todos os mundos": tela grande e de alta qualidade, performance top de linha e versatilidade de uso. Mas será que essa abordagem jack of all trades vai funcionar? Em minha experiência, dispositivos que tentam agradar a todos podem acabar não excelendo em área alguma.
O preço esperado de US$ 700-800 coloca ele numa posição delicada. É consideravelmente mais caro que o Steam Deck OLED, mas compete diretamente com o ROG Ally X na faixa premium. A decisão do consumidor vai depender muito de quanto valor ele dá para a tela OLED de 8,8" versus a portabilidade um pouco maior dos concorrentes.
Potenciais desafios e considerações práticas
Não são só flores, claro. O tamanho generoso do Legion Go 2 - herança do modelo anterior - pode ser um impeditivo para quem busca verdadeira portabilidade. Com 854g, ele não é exatamente leve, e carregá-lo numa mochila junto com outros itens pode ser incômodo para alguns usuários.
Outro ponto: o consumo de energia. A bateria de 74 Whr é impressionante, mas com CPU Z2 Extreme e tela OLED, a autonomia em jogos pesados dificilmente passará de 2-3 horas. Para viagens longas sem acesso à tomada, isso pode ser limitante.
E tem a questão do software, sempre crítico em dispositivos Windows. A experiência "console-like" que funciona tão bem no Steam Deck ainda é um desafio para fabricantes que dependem do Windows 11. A Lenovo precisa acertar na camada de software para que o hardware brilhe de verdade.
Opiniões da comunidade e expectativas
Nas comunidades online, a recepção ao anúncio tem sido... mista, para ser honesto. Muitos elogiam os upgrades técnicos, especialmente a tela OLED e a memória extra. Outros questionam se a Lenovo não deveria ter focado em reduzir o peso e melhorar a ergonomia instead de apenas aumentar a potência.
Um ponto consensual: a inclusão do leitor de digitais é uma adição bem-vinda. Num dispositivo que muitas vezes lida com compras e logins, a conveniência do desbloqueio biométrico não deve ser subestimada.
E você? O que acha dessas especificações? Vale a pena esperar pelo Legion Go 2 ou outros portáteis no mercado já atendem bem o que você precisa? As respostas podem variar bastante dependendo do tipo de jogo que você privilegia e como planeja usar o dispositivo.
O lançamento está previsto para o primeiro trimestre de 2025, então ainda temos alguns meses de espera. Nesse meio tempo, é possível que outros players anunciem novidades - a Valve, por exemplo, já sinalizou que trabalha em um Steam Deck 2, embora sem data definida.
Com informações do: Adrenaline
