O novo Mini PC da Lenovo com tecnologia Ryzen AI

A Lenovo acaba de anunciar seu mais recente Mini PC, o LCFC AI, equipado com o poderoso processador Ryzen AI MAX+ 395. Essa APU, baseada na arquitetura Strix Halo que foi apresentada na CES em janeiro, finalmente começa a aparecer em dispositivos comerciais após meses de expectativa.

Mini PC Lenovo LCFC AI com Ryzen AI MAX+ 395

O que chama atenção nesse lançamento é como a AMD está conseguindo empacotar desempenho impressionante em formatos compactos. Enquanto isso, a concorrência não para - a AOKZOE também anunciou um Mini-PC em suas redes sociais, embora detalhes como especificações e preço permaneçam um mistério.

Especificações que impressionam

O coração do LCFC AI é o processador MAX+ 395 APU, que oferece nada menos que 16 núcleos Zen5 e gráficos Radeon 8060S com 40 unidades computacionais RDNA3.5. Para armazenamento, o dispositivo suporta dois SSDs M.2 2280 de 2TB cada, utilizando PCIe 4.0.

Algumas escolhas de design, porém, deixam a desejar. A conectividade de rede se limita a LAN de 1Gbit, e não há confirmação sobre suporte a WiFi 6GHz. Com dimensões de 24,8 × 18,4 × 9,7 cm e pesando cerca de 3 kg, o Mini PC tem um preço inicial estimado em 13.999 RMB (aproximadamente R$ 11.042).

  • CPU: AMD Strix Halo FP11 Ryzen AI Max 395

  • GPU: AMD Radeon 8060S

  • Memória: 128 GB LPDDR5X-8000

  • Armazenamento: 2 SSDs M.2 2280 PCIe 4.0 x4 de 2 TB

  • Portas: Variadas, incluindo USB Tipo C 3.2 Gen2

IA: marketing ou realidade?

Comparativo de desempenho de APUs

Com tantos dispositivos sendo lançados com "IA" no nome, é válido questionar: até que ponto isso é apenas estratégia de marketing? No caso do Ryzen AI Max 395, os números falam por si - 16 núcleos e 32 threads representam um salto significativo para quem precisa de desempenho em espaços reduzidos.

Enquanto a NVIDIA domina o mercado de GPUs, a AMD parece estar encontrando seu nicho nos dispositivos compactos. A situação geopolítica atual, com restrições americanas à exportação de chips para a China, pode estar abrindo oportunidades interessantes para a AMD consolidar sua presença nesse segmento.

Durante a recente Computex, Jensen Huang, CEO da NVIDIA, não poupou críticas às sanções, classificando o "controle sobre exportação como um fracasso". Enquanto isso, a AMD parece estar posicionando seus produtos para capitalizar essa situação.

Desempenho em tarefas intensivas

O Ryzen AI MAX+ 395 promete revolucionar o conceito de computação compacta, especialmente para profissionais criativos. Com seus 16 núcleos Zen5, o chip é capaz de lidar com renderização 3D, edição de vídeo 4K e até machine learning local sem grandes dificuldades. Testes preliminares indicam que a APU consegue superar alguns processadores desktop de gerações anteriores em benchmarks como Cinebench R23.

Onde o MAX+ 395 realmente se destaca, porém, é na eficiência energética. Consumindo apenas 65W em carga máxima, oferece uma relação desempenho-por-watt impressionante. Para quem precisa de um sistema silencioso, isso significa menos calor dissipado e, consequentemente, menos ruído dos coolers.

O mercado de Mini PCs está aquecendo

Nos últimos meses, vimos um verdadeiro boom no segmento de computadores compactos. Além da Lenovo, empresas como ASUS, MSI e até a Intel com seus NUCs estão investindo pesado nesse formato. A pergunta que fica é: por que agora? Parte da resposta está na evolução das APUs, que finalmente atingiram um ponto onde o desempenho é suficiente para a maioria das tarefas profissionais.

Outro fator crucial é a mudança nos hábitos de trabalho. Com o aumento do trabalho remoto e híbrido, muitos profissionais buscam sistemas poderosos que não ocupem espaço em suas mesas. O Mini PC da Lenovo parece perfeito para esse cenário, especialmente para desenvolvedores, designers e engenheiros que precisam de poder de processamento mas não querem um gabinete enorme.

Limitações e alternativas

Apesar das especificações impressionantes, o LCFC AI não é perfeito. A ausência de WiFi 6E em 2025 parece uma escolha estranha, especialmente considerando o público-alvo do produto. Além disso, a placa de rede de 1Gbit pode ser um gargalo para quem trabalha com grandes volumes de dados na nuvem.

Para quem busca alternativas, vale mencionar o recente Mini PC da ASUS com Ryzen 9 8945HS, que oferece desempenho similar em um formato ainda mais compacto. No entanto, ele perde na quantidade de núcleos e na GPU integrada, que não chega perto da Radeon 8060S do MAX+ 395.

Curiosamente, a própria Lenovo parece estar testando diferentes configurações. Rumores indicam que uma versão com 12 núcleos e preço mais acessível pode estar a caminho, possivelmente para competir com os NUCs da Intel no segmento corporativo.

O futuro das APUs da AMD

A arquitetura Strix Halo representa um marco importante para a AMD. Pela primeira vez, a empresa conseguiu empacotar um chip com tantos núcleos e uma GPU integrada tão poderosa em um único pacote. Isso levanta questões interessantes sobre o futuro dos PCs tradicionais - será que em alguns anos veremos a morte das placas de vídeo dedicadas para a maioria dos usuários?

Analistas do setor acreditam que a AMD está mirando especificamente no mercado profissional com essas APUs. Enquanto a NVIDIA domina o AI training em grande escala, a AMD parece estar focada em trazer capacidades de inferência AI para dispositivos locais. Isso poderia abrir portas para aplicações em áreas como diagnóstico médico local, processamento de imagens em tempo real e até veículos autônomos.

O sucesso do MAX+ 395 pode ditar os rumos da próxima geração de APUs da AMD. Se o mercado responder bem, é provável que vejamos ainda mais investimento nessa linha, possivelmente com chips ainda mais poderosos e eficientes. Resta saber se a Intel conseguirá responder com algo competitivo, ou se continuará focando em sua estratégia atual de CPUs tradicionais com GPUs integradas menos impressionantes.

Com informações do: Adrenaline