Os rumores sobre um remake de Final Fantasy Tactics circulam há tanto tempo que já se tornaram parte do folclore dos jogos, mas agora um movimento inusitado do diretor original do jogo está dando novo fôlego às especulações. Yasumi Matsuno, mente por trás do aclamado RPG tático de 1997, chamou atenção ao compartilhar - e depois apagar - o anúncio do próximo State of Play da Sony.
O estranho comportamento de Matsuno
O que realmente fez a comunidade se agitar foi a sequência de eventos: primeiro, Matsuno retuitou oficialmente o anúncio do State of Play marcado para 4 de junho. Minutos depois, o tweet desapareceu como se nunca tivesse existido. Mas aí veio o detalhe mais intrigante - vários outros funcionários da Square Enix repetiram exatamente o mesmo padrão: compartilharam o anúncio e depois apagaram qualquer vestígio.
Não é a primeira vez que vazamentos acontecem assim na indústria. Lembra quando um funcionário da Capcom "curtiu" acidentalmente um tweet sobre Resident Evil antes do anúncio oficial? Esses pequenos descuidos costumam ser mais reveladores do que gostaríamos de admitir. O que me faz pensar: será que a equipe recebeu orientações específicas sobre o embargo e alguém escorregou?
State of Play volta amanhã, 4 de junho!
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O peso das expectativas
Final Fantasy Tactics não é apenas qualquer jogo - pra muitos fãs de RPG tático, ele representa o ápice do gênero. A narrativa política complexa, o sistema de jobs profundamente customizável e aquela trilha sonora inesquecível de Hitoshi Sakimoto criaram uma legião de fãs que aguarda ansiosamente por uma versão moderna há mais de uma década.
Curiosamente, a Square Enix nunca confirmou oficialmente o desenvolvimento do remake, mas os indícios se acumulam:
Registros de domínio relacionados ao título apareceram em 2023
Vazamentos constantes de testers de QA
O próprio Matsuno expressou interesse em revisitar Ivalice
O timing seria perfeito - com o sucesso recente de Tactics Ogre: Reborn e o renovado interesse em RPGs táticos, o mercado parece especialmente receptivo. Mas confesso que fico com um pé atrás: depois do silêncio sobre Final Fantasy 9 Remake, será que a Square Enix realmente apostaria em dois projetos de nicho simultaneamente?
E você, acha que finalmente veremos Ramza e Delita em gráficos modernos? Ou será mais uma decepção para os fãs? A resposta pode estar a menos de 24 horas de distância.
Fonte: MyNintendoNews
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Os desafios técnicos e artísticos
Refazer um clássico como Tactics não seria tarefa simples. O jogo original tem uma identidade visual marcante - aqueles cenários isométricos pintados à mão e sprites cheios de charme precisariam ser traduzidos para os padrões atuais sem perder a alma. Será que manteriam o estilo 2.5D ou optariam por gráficos totalmente tridimensionais? Lembro quando Square Enix refez Trials of Mana e acertou em cheio ao equilibrar nostalgia e modernidade.
E a jogabilidade? O sistema de jobs complexo permitia combinações quase infinitas - desde monges que arremessavam inimigos até cavaleiros com magias negras. Modernizar isso exigiria cuidado: simplificar demais frustraria os puristas, mas manter a complexidade original poderia afastar novos jogadores. Talvez incluíssem opções de dificuldade adaptável, como fizeram em Triangle Strategy.
Ah, e não podemos esquecer a dublagem! Tactics original tinha apenas textos, mas hoje os fãs esperam vozes. Imagino Ramza com a voz de Yuri Lowenthal (o Peter Parker do Homem-Aranha) ou Delita interpretado por Ray Chase (o Noctis de FFXV). Mas será que capturariam a ambiguidade moral desses personagens?
O contexto da Square Enix
Analisando o histórico recente, há sinais contraditórios. Por um lado, a empresa demonstrou disposição para investir em nichos - Tactics Ogre: Reborn vendeu surpreendentes 1 milhão de cópias. Por outro, cancelaram projetos como o remake de Front Mission 3 após vendas medíocres da primeira parte. O mercado de RPGs táticos cresceu, mas ainda é um território arriscado.
Curiosamente, o timing coincide com dois movimentos estratégicos:
A reestruturação interna após a venda de estúdios ocidentais como Crystal Dynamics
O foco declarado em "remakes e remasters de alto valor" durante relatórios de investidores
Isso me faz questionar: será que Tactics seria uma aposta segura enquanto Final Fantasy XVII está em produção? Ou arriscariam dividir recursos entre dois projetos ambiciosos? Lembro que quando lançaram Octopath Traveler II e Triangle Strategy no mesmo ano, ambos sofreram com falta de visibilidade.
E há outro fator: a pressão dos fãs. A petição por um remake no Change.org já ultrapassou 85 mil assinaturas. Nas redes sociais, toda vez que Matsuno posta sobre Ivalice, os comentários enchem de "#FFTRemake". Essa paixão é admirável, mas também perigosa - expectativas tão altas podem virar armadilha.
Imagine só: se anunciado amanhã, que tipo de plataformas receberiam o jogo? Seria exclusivo temporário da PlayStation como FFVII Remake? Ou adotariam uma estratégia multiplataforma desde o lançamento? Considerando o sucesso de Tactics Ogre no Switch, apostaria numa versão simultânea para console portátil.
Enquanto aguardamos o State of Play, uma dúvida persiste: caso o remake exista, Matsuno teria papel ativo? Ele já declarou que deixou a Square Enix como funcionário fixo em 2005, mas continua como colaborador externo. Sua participação em Tactics Ogre: Reborn foi limitada a consultoria. Será suficiente para preservar a essência?
Com informações do: FlowGames