Kojima explica ausência de DLCs em Death Stranding 2
Em uma revelação surpreendente durante seu programa de rádio KOJI10, Hideo Kojima afirmou que não há planos para conteúdo adicional (DLC) logo após o lançamento de Death Stranding 2: On the Beach. O diretor explicou que considera essa prática ultrapassada na indústria de jogos, mas garantiu que a equipe continuará lançando atualizações para corrigir bugs e melhorar a experiência. O jogo está programado para chegar em 26 de junho de 2025.

Curiosamente, o próprio Death Stranding 2 começou como uma ideia de expansão para o primeiro jogo. A equipe queria explorar como o evento Death Stranding afetou o mundo além dos Estados Unidos. Essa expansão seria algo como um "Death Stranding 1.5", mas a pandemia de COVID-19 em 2020 mudou completamente os planos.
Do conceito de expansão para uma sequência completa
A dificuldade em reunir os atores principais durante a pandemia fez Kojima repensar sua abordagem. Em vez de uma DLC, ele optou por desenvolver uma sequência completa. Algumas cenas originalmente planejadas para a expansão foram incorporadas à abertura do novo jogo.
Durante o desenvolvimento, a equipe testou um sistema inovador para o protagonista Sam Porter Bridges. Seu cabelo e barba cresceriam com o tempo, permitindo que os jogadores os cortassem, aparassem ou tingissem usando um espelho no jogo. No entanto, essa mecânica foi descartada para manter a fidelidade à aparência de Norman Reedus, o ator que interpreta Sam.
Episode 19 of #KOJI10 «Let's Answer Questions About Death Stranding 2»
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Expansão para além dos jogos
Enquanto os fãs aguardam o lançamento do jogo, o universo de Death Stranding está se expandindo para outras mídias. Kojima confirmou que está desenvolvendo adaptações cinematográficas da franquia, com o diretor Michael Sarnoski (Um Lugar Silencioso: Dia Um) à frente do projeto.
Mas não para por aí. Poucas semanas após o anúncio do filme, Kojima revelou que Death Stranding também ganhará uma adaptação para série. Para os fãs brasileiros, há ainda mais uma boa notícia: o diretor visitará São Paulo em outubro como parte do World Strand Tour 2, que passará por 12 cidades ao redor do globo.
Fonte: Gamingbolt
O impacto da pandemia no desenvolvimento do jogo
A pandemia não apenas transformou uma expansão em sequência, mas também deixou marcas profundas na narrativa de Death Stranding 2. Kojima revelou que muitas das ideias sobre isolamento e conexão humana, temas centrais do primeiro jogo, ganharam novas camadas de significado durante o período de lockdown. "Foi como se a vida imitasse a arte de maneiras que nunca poderíamos ter previsto", comentou o diretor durante o programa de rádio.
Um detalhe interessante é que algumas mecânicas de multiplayer foram repensadas para refletir essa nova realidade. O sistema de "likes" e interações assíncronas entre jogadores, uma marca registrada da franquia, foi expandido para incluir formas mais sutis de cooperação. Agora, os jogadores poderão deixar "lembranças" - objetos pessoais com mensagens emocionais que permanecem no mundo do jogo por tempo indeterminado.
Novidades tecnológicas e desafios de produção
A mudança para uma sequência completa permitiu à equipe de Kojima Productions explorar novas tecnologias. O jogo está sendo desenvolvido no Decima Engine atualizado, que agora suporta recursos avançados de física de tecidos e simulação de fluidos. Isso é particularmente visível nas novas mecânicas de transporte, onde cargas reagirão de maneira mais realista às condições climáticas e ao terreno.
No entanto, essas inovações trouxeram seus próprios desafios. Kojima mencionou que a equipe enfrentou dificuldades significativas para implementar o sistema de crescimento capilar que acabou sendo removido. "Cada fio de cabelo precisava ser renderizado individualmente, o que consumia recursos preciosos que poderiam ser usados para melhorar outros aspectos do jogo", explicou. A decisão final foi priorizar a estabilidade do desempenho, especialmente considerando que Death Stranding 2 será um título cross-gen, disponível tanto para PlayStation 5 quanto para a próxima geração de consoles.
O futuro da franquia além dos jogos
Enquanto os detalhes sobre o filme e a série de Death Stranding permanecem envoltos em mistério, Kojima deu algumas pistas sobre sua abordagem. "Não será uma adaptação direta dos jogos", afirmou. "Queremos explorar histórias paralelas que expandam o universo de maneiras que os jogos não podem."
Rumores sugerem que a produção cinematográfica pode se concentrar nos eventos que antecederam o primeiro Death Stranding, explorando as origens das criaturas BT e o colapso inicial da sociedade. Já a série, segundo fontes próximas ao projeto, terá um formato episódico mais experimental, possivelmente incorporando elementos de realidade aumentada e interatividade.
Para os fãs que desejam mergulhar mais fundo nesse universo, Kojima anunciou uma parceria com a editora Dark Horse para uma nova série de quadrinhos. Os primeiros volumes devem chegar às lojas pouco antes do lançamento do jogo, servindo como prelúdio para os eventos de On the Beach.
Com informações do: Adrenaline