Cyberpunk 2077 no Switch 2: Uma análise preliminar
A Digital Foundry trouxe nesta semana primeiras impressões sobre a performance de Cyberpunk 2077 no ainda não anunciado oficialmente Nintendo Switch 2. A análise, baseada em 37 minutos de gameplay fornecido pela CD Projekt Red, revela tanto avanços técnicos significativos quanto limitações importantes no novo hardware portátil da Nintendo.

O que mais chama atenção é o uso do DLSS (Deep Learning Super Sampling) para reconstrução de imagem. O jogo opera com resolução dinâmica entre 720p e 1080p, com taxa de quadros travada em 30fps no modo qualidade. Tom Morgan, analista da Digital Foundry, destacou:
"O Switch 2 está em outra liga em termos de clareza de detalhes e redução de ruído temporal, que sempre foi um grande problema com este jogo usando o método TAA padrão"
Desafios técnicos em cenas de ação
Porém, nem tudo são flores. A tecnologia DLSS mostra suas limitações em cenas de movimento rápido, como durante direção em alta velocidade pela Night City. Oliver Mackenzie apontou:
"Quando você está dirigindo pela cidade em alta velocidade, fazendo essas grandes tomadas de ação, o DLSS com essa quantidade de pixels não está necessariamente fazendo um trabalho tão bom."

Problemas de performance também surgem nesses momentos, sugerindo possíveis limitações da CPU do console:
Quedas de framerate durante direção em alta velocidade
Estabilidade melhor em áreas densas durante exploração a pé
Preocupações com desempenho prolongado no modo portátil
Paridade visual com consoles maiores
Um aspecto positivo destacado foi a qualidade de texturas e assets, que se mantém próxima das versões para PlayStation 4 e Xbox Series S. Todos os elementos visuais principais parecem estar presentes, com apenas algumas concessões como:
Remoção de efeitos como lens flares
Possível redução na quantidade de NPCs
Artefatos visuais em resoluções muito baixas (especula-se 540p ou menos)

A equipe da Digital Foundry ainda aguarda a versão final para análises mais aprofundadas, mas as primeiras impressões sugerem que o Switch 2 pode ser uma plataforma viável para jogos AAA, mesmo com alguns compromissos técnicos.
O impacto do DLSS na experiência portátil
O uso do DLSS 3.5 no Switch 2 representa um marco importante para jogos AAA em dispositivos portáteis. A tecnologia permite que o jogo mantenha uma qualidade visual impressionante mesmo com a GPU trabalhando em resoluções mais baixas. Mas como isso se traduz na prática?
Durante cenas de diálogo e exploração em ambientes fechados, os analistas notaram que a imagem chega a superar a versão do PlayStation 4 em termos de nitidez e estabilidade. O aliasing (serrilhado) que era visível em superfícies metálicas e fios elétricos na versão original praticamente desaparece com a reconstrução neural.

Por outro lado, o modo performance - que prioriza framerate sobre qualidade visual - ainda não foi mostrado pela CD Projekt Red. Isso levanta questões sobre:
Se haverá opção para 60fps com maiores compromissos visuais
Como o sistema de resolução dinâmica se comportará nesse modo
Se o VRR (Variable Refresh Rate) será suportado em docks compatíveis
O dilema térmico e a duração da bateria
Um aspecto que preocupa especialistas é como o Switch 2 lidará com o calor gerado por títulos exigentes como Cyberpunk 2077 em sessões prolongadas. Diferente dos consoles tradicionais, o design compacto do portátil da Nintendo apresenta desafios únicos de refrigeração.
"Jogamos por apenas 37 minutos, mas já era possível sentir o aquecimento na parte traseira do protótipo. A questão é como isso se comportará após 2-3 horas de jogo contínuo"
Outro ponto crítico é o consumo de energia. Fontes próximas ao desenvolvimento sugerem que:
O modo portátil pode limitar ainda mais a resolução para preservar bateria
Efeitos como iluminação global podem ser reduzidos quando desconectado
A duração da bateria pode variar drasticamente entre jogos menos exigentes

Comparação com outras plataformas portáteis
Quando colocamos o Switch 2 lado a lado com dispositivos como Steam Deck e ASUS ROG Ally, surgem diferenças interessantes no approach técnico. Enquanto os PCs portáteis dependem de brute force, a solução da Nintendo parece focar em:
Otimizações específicas por título
Uso agressivo de tecnologias como DLSS
Compromissos inteligentes na pipeline gráfica
Isso fica evidente quando comparamos o ray tracing. A versão do Switch 2 mantém alguns elementos de iluminação baseada em RT, mas em qualidade claramente reduzida em relação ao que vemos em PCs high-end. Ainda assim, o fato de existir em um dispositivo com preço projetado para ser acessível é notável.
Outra área onde o Switch 2 parece se destacar é na consistência da experiência. Diferente dos PCs portáteis onde configurações variam muito entre usuários, a versão da Nintendo oferece:
Padronização de configurações
Otimizações específicas para o hardware
Possível integração mais profunda com recursos do sistema
Com informações do: Adrenaline