Apple Vision Pro: Novos recursos de acessibilidade podem impulsionar vendas?

Apple Vision Pro

Em um movimento para revitalizar as vendas do Vision Pro, a Apple anunciou nesta terça-feira (13) uma série de novos recursos de acessibilidade para seus óculos de realidade virtual. A atualização promete transformar a forma como usuários com diferentes necessidades interagem com o dispositivo, usando a câmera principal para ampliar objetos e fornecer descrições ao vivo do ambiente.

O que muda no Vision Pro

A grande novidade é o recurso de ampliação, que funciona tanto para objetos virtuais quanto do mundo real. Imagine estar na cozinha e conseguir ler facilmente aquela receita minúscula no livro da sua avó, ou então ampliar detalhes importantes em um aplicativo de tarefas - tudo isso sem precisar tirar os óculos.

Mas a Apple foi além. O VoiceOver, já conhecido em outros dispositivos da marca, ganhou versão para o Vision Pro. Ele agora pode descrever ambientes, identificar objetos e até ler documentos em tempo real. E para desenvolvedores, há uma novidade interessante: acesso à câmera do dispositivo para criar aplicativos de acessibilidade personalizados.

O desafio das vendas

Não é segredo que o Vision Pro enfrenta dificuldades no mercado. Com preço inicial de US$ 3.499 (cerca de R$ 17 mil), o dispositivo está longe de ser acessível para a maioria dos consumidores. Alguns analistas chegaram a especular sobre um possível descontinuamento do produto.

Preço do Vision Pro

Os novos recursos de acessibilidade parecem ser uma tentativa da Apple de ampliar o público-alvo do Vision Pro. Ao tornar o dispositivo mais útil para pessoas com diferentes necessidades visuais ou motoras, a empresa pode estar buscando justificar o alto investimento necessário para adquirir o produto.

Especificações que impressionam

  • Peso: aproximadamente 600 gramas

  • Opções de armazenamento: 256GB, 512GB e 1TB

  • 12 câmeras e 6 microfones para captura de conteúdo 3D

  • Sistema operacional visionOS com suporte a centenas de apps

  • Dois chips dedicados: M2 para sistema e R1 para processamento de imagens

Embora as especificações técnicas sejam impressionantes, o preço continua sendo a maior barreira. Em configurações mais avançadas, com acessórios como bolsa e bateria externa, o Vision Pro pode chegar a US$ 5.200 (cerca de R$ 25 mil).

Será que esses novos recursos serão suficientes para convencer mais consumidores a investir no Vision Pro? A Apple claramente está tentando mostrar que o dispositivo vai além do entretenimento, posicionando-o como uma ferramenta poderosa para produtividade e acessibilidade.

Potencial além do esperado

O que muitos não percebem é que o Vision Pro pode representar um salto significativo em áreas como educação e saúde. Imagine estudantes de medicina praticando cirurgias virtuais com precisão milimétrica, ou terapeutas usando ambientes controlados para tratar fobias. A Apple já está em conversas com algumas instituições médicas para explorar essas possibilidades.

Na área corporativa, empresas como Siemens e Boeing estão testando o dispositivo para treinamento de funcionários e visualização de projetos complexos. "A capacidade de manipular modelos 3D em escala real muda completamente nosso fluxo de trabalho", comenta um engenheiro da Boeing que preferiu não se identificar.

Desafios técnicos e de usabilidade

Apesar do potencial, usuários relatam alguns problemas práticos:

  • Tempo de uso limitado pela bateria (cerca de 2 horas em uso intensivo)

  • Peso ainda considerável para sessões prolongadas

  • Adaptação necessária ao sistema de controle ocular e gestual

  • Efeitos de "realidade virtual" como náusea em alguns usuários

"Nos primeiros dias, precisei fazer várias pausas", relata Marta Campos, designer que usa o Vision Pro para prototipagem 3D. "Mas depois de uma semana, já me adaptei e agora consigo trabalhar por horas seguidas."

Usuário utilizando Vision Pro

O ecossistema em construção

A Apple está investindo pesado no desenvolvimento de aplicativos exclusivos para o Vision Pro. Atualmente, a App Store dedicada ao dispositivo já conta com:

  • Mais de 1.000 apps nativos otimizados para realidade espacial

  • Versões adaptadas de ferramentas populares como Adobe Creative Cloud

  • Aplicativos de produtividade que exploram múltiplas telas virtuais

  • Jogos que utilizam todo o ambiente ao redor do usuário

O desafio agora é convencer desenvolvedores a criar experiências verdadeiramente inovadoras, não apenas portar apps existentes. "Estamos ofereceremos suporte técnico e incentivos financeiros", revela uma fonte interna da Apple que pediu anonimato.

O futuro da plataforma

Analistas acreditam que a Apple pode estar preparando uma versão mais acessível do Vision Pro para 2025. Rumores sugerem um modelo sem alguns recursos premium, possivelmente com tela de menor resolução e processador menos potente, que poderia custar cerca de US$ 2.000.

Enquanto isso, a empresa continua refinando o software. A próxima atualização do visionOS promete melhorias significativas no reconhecimento de gestos e na integração com outros dispositivos Apple. "Queremos que o Vision Pro seja uma extensão natural do seu Mac ou iPhone", disse um executivo durante evento recente.

Com informações do: Olhar Digital