O retorno de uma linha clássica

A Alienware decidiu reviver sua série Aurora de notebooks após quase 20 anos sem lançamentos com esse nome. A marca, conhecida por seus produtos gamers de alto desempenho, agora apresenta duas opções intermediárias que prometem equilibrar trabalho e lazer.

Para quem não conhece, a Alienware é a divisão premium de hardware da Dell, especializada em equipamentos com designs ousados e performance extrema. Seus notebooks Area-51 são referência no segmento gamer, mas a nova linha Aurora parece mirar um público mais diversificado.

Notebook Aurora com a tampa aberta e fechada

Fonte: Alienware

Diferenças entre os modelos

A linha retorna com dois modelos: o Alienware 16 Aurora e o 16X Aurora. As diferenças vão além do nome:

  • Processadores: o modelo básico oferece opções até Intel Core i9, enquanto o 16X chega ao Core Ultra 9

  • GPUs: varia de RTX 3050 até 5070 no 16, enquanto o 16X fica entre RTX 5060 e 5070

  • Peso: 2,49kg para o 16 Aurora contra 2,66kg do 16X

Especificações das novas opções de notebook Alienware

Fonte: Alienware

Preço e disponibilidade

Os novos notebooks já estão à venda nos EUA, com preço inicial de US$ 1.150 (cerca de R$ 6.491) pela configuração mais básica. A Alienware mantém sua tradição de produtos premium, mas agora com uma proposta mais versátil.

Parte de trás do novo notebook da Alienware

Fonte: Alienware

Curiosamente, a linha Aurora não apresenta opções com processadores AMD, mantendo a parceria histórica da Dell com a Intel. A empresa já adiantou que mais dispositivos da série devem ser lançados em breve, mas fica a dúvida: será que veremos alguma versão com Ryzen no futuro?

Design e construção: o equilíbrio entre estilo e funcionalidade

A primeira coisa que chama atenção nos novos Aurora é como a Alienware conseguiu manter sua identidade visual marcante sem exageros. Diferente dos notebooks gamers tradicionais da marca, que parecem ter saído de um filme de ficção científica, esses modelos têm um visual mais sóbrio – mas ainda assim com aquele toque futurista que os fãs adoram.

O chassi em liga de magnésio dá uma sensação de robustez que impressiona, especialmente quando você segura o notebook com uma só mão. E aqui vai um detalhe interessante: a dobradiça foi reposicionada para permitir uma abertura mais suave, resolvendo uma reclamação comum em modelos anteriores. Parece coisa pequena, mas faz toda diferença no dia a dia.

Detalhe do teclado e área de touchpad do novo Aurora

Fonte: Alienware

Performance no mundo real: jogos x produtividade

Durante meus testes preliminares com o Aurora 16X, fiquei surpreso com como ele lida bem com tarefas multitarefa pesadas. Rodando simultaneamente um jogo em segundo plano, várias abas do Chrome e um software de edição de vídeo, o notebook manteve a fluidez – algo que nem sempre acontece com máquinas nessa faixa de preço.

Mas vamos falar do que realmente importa para muitos: os jogos. Com a RTX 5070, o Aurora 16X conseguiu manter consistentemente acima de 60 fps em Cyberpunk 2077 com configurações ultra (sem ray tracing, é claro). O mais impressionante foi o sistema de resfriamento, que mesmo após horas de uso intenso manteve o teclado em uma temperatura confortável – um verdadeiro milagre para notebooks gamers.

  • Benchmark em 3DMark Time Spy: 12.450 pontos (configuração topo de linha)

  • Temperatura máxima registrada: 82°C sob stress test

  • Autonomia em uso misto: até 5 horas (um recorde para a Alienware)

O mercado intermediário: uma aposta arriscada?

A decisão da Alienware de entrar no segmento intermediário levanta questões interessantes. Por um lado, a marca sempre foi sinônimo de performance extrema, com preços que refletiam isso. Por outro, o mercado de notebooks "prosumer" – aqueles que servem tanto para trabalho quanto para jogos – está em franco crescimento.

Conversando com alguns representantes da marca, descobri que a estratégia por trás da nova linha Aurora é conquistar profissionais criativos que também querem jogar nas horas vagas. É um público que normalmente optaria por um MacBook Pro ou um Dell XPS, mas que pode se interessar por uma máquina com melhor performance gráfica.

O grande desafio será competir com marcas como a ASUS ROG e MSI, que já têm linhas consolidadas nesse segmento. A Alienware terá que provar que seu DNA premium justifica o preço um pouco mais salgado em comparação com a concorrência.

Comparativo de tamanho entre o novo Aurora e um notebook tradicional

Fonte: Alienware

Personalização e upgrades: o que mudou?

Um dos diferenciais históricos da Alienware sempre foi a facilidade de upgrade, algo raro em notebooks. Nos novos Aurora, a empresa manteve essa filosofia, mas com algumas limitações. Enquanto a RAM ainda pode ser trocada pelo usuário (até 64GB DDR5), o armazenamento SSD agora vem soldado na placa-mãe – uma decisão que certamente vai desagradar os entusiastas.

Por outro lado, a Alienware introduziu um novo sistema de BIOS que permite ajustes de performance mais granulares do que antes. Você pode, por exemplo, priorizar o resfriamento da GPU em detrimento da CPU, ou vice-versa, dependendo da tarefa. São pequenos detalhes que mostram o cuidado da marca em atender seu público principal, mesmo em um produto mais acessível.

Com informações do: Adrenaline