Quando uma desenvolvedora anuncia sua equipe de compositores antes mesmo de mostrar gameplay extenso, você sabe que a trilha sonora é prioridade absoluta. A Dotemu, conhecida por títulos como Streets of Rage 4 e Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge, está preparando algo especial com Absolum - e o elenco de talentos musicais por trás do projeto é simplesmente impressionante.
Os Maestros Por Trás da Música
Gareth Coker, cujo trabalho em Ori and the Will of the Wisps rendeu aclamação universal da crítica, está na equipe. Sua capacidade de criar paisagens sonoras emocionais e memoráveis parece ser a escolha perfeita para um jogo que promete misturar elementos de RPG de ação com combate beat 'em up.
Yuka Kitamura, responsável por algumas das composições mais icônicas da série Souls (incluindo Elden Ring, Dark Souls III e Bloodborne), também integra o time. Sua experiência em criar músicas épicas que complementam batalhas desafiadoras parece alinhada perfeitamente com a proposta de Absolum.
E completando o trio de peso, Mick Gordon - cujo trabalho revolucionário em Doom (2016) e Doom Eternal redefiniu o que significa uma trilha sonora agressiva e intensa para jogos de ação. A combinação desses três estilos distintos promete algo verdadeiramente único.
O Que Esperar de Absolum
A Dotemu vem construindo uma reputação sólida com seus revivalistas de clássicos beat 'em up, mas Absolum parece ser um passo além. A mistura de gêneros sugere uma abordagem mais ambiciosa, possivelmente com elementos de progressão de personagem, customização e narrativa mais profundos que os títulos anteriores do estúdio.
O investimento em uma trilha sonora de alto nível indica que a ambientação e o mundo do jogo serão componentes centrais da experiência. Normalmente, jogos beat 'em up focam principalmente no combate e na jogabilidade, mas a presença de compositores conhecidos por trabalhos tão cinematográficos e emocionantes sugere que Absolum pode estar buscando uma imersão mais completa.
É interessante notar como cada compositor traz uma especialidade diferente: Coker com sua emotividade característica, Kitamura com sua expertise em boss fights épicas, e Gordon com sua abordagem agressiva e industrial. Como essas visões distintas se complementarão é uma das questões mais intrigantes sobre o projeto.
O Significado Para a Indústria
Reunir talentos desta magnitude para um único projeto não é comum, especialmente considerando que se trata de um novo IP. Isso demonstra tanto a confiança da Dotemu em Absolum quanto o crescente reconhecimento da importância da trilha sonora na experiência de jogo como um todo.
Na minha opinião, estamos vendo uma valorização cada vez maior da música nos games - não apenas como acompanhamento, mas como elemento narrativo e emocional central. Desenvolvedores entendem que uma trilha memorável pode elevar drasticamente a percepção de qualidade de um jogo e criar conexões emocionais mais profundas com os jogadores.
Absolum ainda não tem data de lançamento confirmada, mas com uma equipe de compositores desta qualidade, já se tornou um dos projetos mais interessantes a acompanhar. A prévia da trilha sonora promete dar aos fãs um primeiro gosto do que está por vir - e considerando os nomes envolvidos, as expectativas estão naturalmente nas alturas.
Uma Fusão de Estilos Musicais
O que mais me intriga é como esses três estilos aparentemente dissonantes vão convergir. Coker traz aquela sensibilidade quase orquestral que fez de Ori uma experiência tão comovente - lembro-me de parar várias vezes durante o jogo apenas para absorver a música ambiente. Kitamura, por outro lado, domina a arte de criar tensão e grandiosidade, aqueles temas que ficam gravados na memória muito depois de derrotarmos um chefe particularmente desafiador.
E Mick Gordon? Bem, ele praticamente reinventou o que significa "música de videogame" com sua abordagem industrial pesada em Doom. Será que vamos ouvir guitarradas distorcidas em meio a melodias mais contemplativas? A ideia soa arriscada, mas é exatamente esse risco que me faz acreditar que a Dotemu está tentando algo verdadeiramente inovador aqui.
Conversando com outros entusiastas de trilhas sonoras, a questão que surge é: como esses compositores dividirão as faixas? Cada um focará em aspectos diferentes do jogo - talvez Gordon nas batalhas mais intensas, Kitamura nos chefes e Coker na exploração e momentos narrativos? A própria desenvolvedora mencionou que queremos "uma jornada musical coerente", o que sugere que não será simplesmente uma colcha de retalhos de estilos diferentes.
O Papel da Música na Gameplay
Algo que pouca gente considera é como a música pode realmente afetar a jogabilidade. Nos jogos da FromSoftware, por exemplo, as trilhas sonoras não são apenas acompanhamento - elas fornecem pistas sobre os padrões de ataque dos chefes, mudando de fase conforme a batalha progride. E em Ori, a música quase se torna personagem da narrativa.
Imagino que em Absolum, sendo um beat 'em up com elementos de RPG, a trilha possa evoluir conforme customizamos nosso personagem ou conforme avançamos na história. Talvez diferentes estilos de luta desbloqueiem temas musicais específicos? Ou a música se adapte dinamicamente aos combates, intensificando-se quando enfrentamos múltiplos inimigos?
É curioso como a indústria vem experimentando com sistemas de música adaptativa recentemente. Games como Hellblade: Senua's Sacrifice usam a trilha sonora como ferramenta narrativa ativa, não apenas passiva. Considerando o calibre dos compositores envolvidos, duvido que Absolum se contentará com uma abordagem tradicional.
O Desafio Técnico Por Trás das Cenas
O que muitos não percebem é o trabalho monumental de implementação que uma trilha sonora desta complexidade exige. Não basta compor músicas incríveis - é preciso integrá-las perfeitamente à jogabilidade, garantindo transições suaves entre diferentes estados (exploração, combate, chefes, diálogos).
Desenvolvedores de áudio frequentemente trabalham com sistemas complexos de áudio dinâmico, onde camadas instrumentais são adicionadas ou removidas conforme a ação na tela. Com três compositores de estilos tão distintos, o desafio técnico de criar uma transição coerente entre suas peças deve ser considerável.
Além disso, há a questão da mixagem - garantir que a música complemente而不是 domine os efeitos sonoros e diálogos. Jogos como Doom Eternal lidaram brilhantemente com isso, mantendo a música intensa sem sacrificar a clareza auditiva da gameplay. Será que a equipe de som da Dotemu está preparada para este nível de complexidade?
E falando em preparação, vale lembrar que a Dotemu tradicionalmente trabalha com orçamentos mais modestos compared aos triple-A. Contratar talentos deste nível certamente representou um investimento significativo - o que me faz pensar que Absolum pode ser o projeto mais ambicioso do estúdio até agora.
Expectativas da Comunidade
Navegando por fóruns e redes sociais, percebo que a comunidade está dividida entre entusiasmo e ceticismo. Alguns temem que tanta estrela em um só projeto possa resultar em uma direção musical confusa, sem identidade própria. Outros acreditam que a diversidade de estilos pode ser justamente o diferencial que Absolum precisa para se destacar.
Particularmente, acho fascinante observar como fãs de cada compositor estão projetando expectativas diferentes sobre o jogo. Os admiradores de Gordon esperam batidas pesadas e industrializadas; os de Kitamura antecipam temas épicos e memoráveis; os de Coker anseiam por momentos emocionais e contemplativos.
O desafio da Dotemu será gerenciar essas expectativas enquanto entrega uma experiência coesa. Talvez o maior risco aqui não seja a qualidade da música em si, mas sim conseguir integrá-la de forma que satisfaça os fãs de três estilos muito diferentes.
Algo que me preocupa é a possibilidade de os estilos musicais conflitarem em vez de se complementarem. Já vimos projetos com múltiplos compositores onde o resultado final parecia desconexo - como se cada um tivesse trabalhado isoladamente sem uma visão unificadora.
Mas considerando o histórico da Dotemu com trilhas sonoras - Streets of Rage 4 teve uma recepção excelente nesse aspecto - estou inclinado a acreditar que sabem o que estão fazendo. A decisão de anunciar os compositores antes mesmo de mostrar gameplay extenso demonstra uma confiança que, espero, seja justificada.
Com informações do: IGN Brasil